segunda-feira, 19 de março de 2012

Confecções investem no GG

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Nada de túnicas e calças legging. As confecções de números grandes se renovaram e agora a mulher plus size veste tendência de moda. "Há 10 anos, isso não existia", diz Nelson Paris, proprietário da Doce e Rosa, marca de Cianorte especializada em tamanhos especiais.

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A marca nasceu plus size há 10 anos, época em que poucas confecções apostaram nesse nicho. "A gente pensava: elas também são bonitas. Por que não fazer roupas da moda só para elas?", lembra o empresário.

Já a confecção maringaense Caju Doce trocou o PP pelo GG há 3 anos e mantém uma fábrica na Vila Esperança para confeccionar roupas femininas do 42 ao 52. A produção é de 2 mil peças por mês. "A tendência de as pessoas estarem mais gordinhas é crescente e as mulheres têm se assumido mais, inclusive as que usam tamanhos grandes", explica a proprietária da empresa Suelen Silva Pedro.

Estampas e tecidos têm atenção especial das estilistas do plus size. As estampas não podem ser grandes demais, as cores devem ser mais discretas e as listras muito bem pensadas. Em vez de tecidos estruturados, as roupas são cortadas em material fluido e com fios de elastano.

Procura por modelos 'gordinhas' quadruplica em cinco anos

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Com manequim dez números maior que o que se vê na passarela, a manicure Bruna Bassoli, 25 anos, virou modelo. Vestindo 48, hoje ela é um dos rostos mais requisitados na região para campanhas de confecções especializadas em plus size, o popular GG. Começou aos 19 anos. "Agora, o volume de trabalho é bem maior que antes."

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Em uma agência de recrutamento de modelos em Maringá, o número de GGs no casting quadruplicou em 5 anos. Junto com isso, mais clientes à procura das plus size apareceram. "Abrimos em 2007 com duas modelos que nem trabalhavam com frequência", diz Alessandro Caetano, sócio-proprietário da Meney Agency, na Zona 5. Hoje, a agência assessora oito modelos GGs e ainda faltam meninas para tantos trabalhos.

O resultado dessa desproporção é o valor do cachê. As gordinhas faturam 20% mais que as modelos 38. Elas são recrutadas para catálogos, show rooms, prova de roupas em fábricas e desfiles.


Corpo

Ser gordinha não basta para ser modelo plus size. Tem que ter 1,70 metro de altura e usar manequim entre 46 e 52 – para as modelos magras, o manequim é 36 ou 38. E não é porque é plus size que a pizza está liberada todo dia. "O corpo tem que estar em dia e a pele firme e hidratada", diz Caetano. "Não pode comer de tudo."

Com um olho na balança e outro na geladeira, o peso é controlado. Se faz dieta ou aumenta um número no manequim, a modelo pode perder trabalhos.
A modelo Adriana Gonçalves, 30, conta que parou de lutar contra a balança e assumiu os 105 quilos. Fez tratamentos estéticos e usou remédios para emagrecer. "Agora eu me aceito numa boa. Antigamente, o gordo era muito complexado."

Adriana, hoje com manequim 50, iniciou na profissão há 8 anos. Como sempre foi gordinha, nunca pensou em ser modelo. "Estava no shopping e me convidaram para um teste. Passei e fiz uma campanha para uma loja plus size de Maringá."


Lojas

Ela concilia a profissão de modelo com a de gerente de loja de tamanhos grandes em um shopping atacadista. No País em que 48% das mulheres e 50% dos homens estão acima do peso, Adriana diz que a abertura de lojas plus size acabou com o sofrimento das gordinhas. "Eu cansei de entrar em loja comum e a vendedora dizer: "Olha, aqui não tem nada que sirva pra você".

Nas últimas coleções, grifes, como Levi’s, Marc Jacobs, Alexander McQueen, Chanel e Fendi, voltaram as atenções para as mulheres da vida real. Ano passado, a imagem da cantora britânica Adele circulou por revistas de moda e em um infeliz comentário, o estilista da Chanel, Karl Lagerfeld, disse que ela estava "um pouco gorda demais". Foi o suficiente para uma enxurrada de críticas, o que culminou em uma retratação.
AGENDA

O 1º concurso Miss Plus Size
Cidade Canção será realizado no
dia 9 de junho, no Teatro Luzamor.
As candidatas precisam morar em
Maringá ou região; ter ao menos
1,67 metro de altura; ter entre
18 e 30 anos; não ser casada e
nunca ter sido; não ter filhos e nem
estar grávida; e ter manequim
entre 44 e 52. As inscrições podem
ser feitas na Agência Eclat (Avenida
Juscelino Kubitschek, 581, sala 3).
"O crescimento do mercado plus size de moda e beleza se tornou mais evidente nos últimos anos, o que mostra que há consumidoras com outras necessidades", afirma a estilista Ione Rocha. "Os editoriais com essas modelos valorizam o segmento porque não são só as mulheres magras que são bonitas", comenta a diretora da agência de modelos Eclat, Carolina Marques.

Para Bruna, a existência das lojas plus size é uma espécie de libertação das gordinhas. "É muito difícil vestir 38 hoje em dia. Com essas lojas, as mulheres sabem que vão provar uma roupa e não vai ser aquele puxa e estica que não serve."

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ex-cunhada de Kim Kardashian assina contrato com divisão plus size da Ford Models

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Kaela Humphries (Divulgação Ford Models
Kaela Humphries
 Apesar do turbilhão de publicidade negativa que o jogador de basquete Kris Humphries recebeu por causa de seu casamento relâmpago com a socialite Kim Kardashian , sua irmã Kaela Humphries, está mandando bem no mundo da moda. Ela acaba de assinar com a Ford + (divisão especializada em modelos plus size da agência de modelos Ford Models).

Kaela ganhou atenção na indústria da moda quando desfilou na passarela durante a New York Fashion Week 2011.

A agência anunciou a notícia em um comunicado à imprensa:A divisão que trouxe Cristal Renn , Graham Ashley, Candice Huffine e Marquita Pring, entre outras, está animada com a perspectiva de trazer esta bela mulher que conquistará mercados mundiais”.

Empolgada com o contrato, Kaela postou em seu perfil no microblog:

“Estou tão animada por trabalhar com o time da @fordmodels! Esse será um grande 2012! Fiquem ligados!”

quarta-feira, 7 de março de 2012

Plus size: acerte na composição dos looks com elegância

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Especialista revela truques para valorizar a silhueta das mulheres gordinhas


A moda plus size vem ganhando cada vez mais espaço no universo fashion, permitindo às mulheres gordinhas realçarem seus estilos a cada nova estação! A tendência já é destaque em coleções de grifes famosas, e até motivo de grandes eventos, como o Fashion Weekend Plus Size, ocorrido recentemente em São Paulo.

Sempre antenada com os principais movimentos do setor, a consultora de imagem pessoal e corporativa Marcele Goes, diretora da Estilo Sob Medida e membro da AICI (Associação Internacional de Consultoria de Imagem), revela alguns truques de moda para as mulheres manequim GG acertarem na composição dos looks, sem abrir mão da elegância!

Reprodução


A modelo Fluvia Lacerda é referência na moda plus size


  A primeira dica é evitar faixas marcadas na cintura, barrados e diversas quebras horizontais. "Esses detalhes contribuem para que a pessoa pareça mais larga do que alta", alerta Marcele. Mulheres acima do peso e, principalmente, as que têm o volume distribuído por todo o corpo, devem optar por roupas sem muitos detalhes do busto para baixo.

Também é muito importante que a roupa tenha modelagem adequada às partes volumosas. O recorte de busto, por exemplo, precisa comportar o busto por completo. Além disso, um casaquinho não pode ser usado somente aberto. "Precisa envolver quase todo o corpo, mesmo que não feche completamente", observa a especialista.

A maquiagem também pode ser explorada. "É importante fazê-la mais elaborada, para arrematar perfeitamente o look e chamar atenção para o rosto", diz Marcele. O uso de decotes ou roupas coloridas, assim como um detalhe de ombro ou um belo brinco, também contribuem para realçar a parte de cima do corpo.


Reprodução


  Outro ponto bastante importante, segundo Marcele, é o uso de cor. O preto é ótimo para camuflar e contrair visualmente, porém, não é a única opção. "Um look todo escuro fica pesado, principalmente quando ele ainda é composto por uma terceira peça (blazer ou casaco). Cores bem profundas, como marinho, berinjela e cinza chumbo, camuflam tanto quanto o preto e dão outro ar à produção".

segunda-feira, 5 de março de 2012

Beleza e deficiência não são opostos, diz criadora de agência de modelos

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Kica de Castro trabalha com 80 modelos com deficiência em todo o país.
Demanda cresce, mas preconceito ainda predomina, afirma ela.

 

Kica de Castro em seu estúdio (Foto: Giovana Sanchez/G1)Kica de Castro em seu estúdio
(Foto: Giovana Sanchez/G1)
"Aqui, ninguém usa Photoshop", alerta a fotógrafa Kica de Castro para quem entra em seu estúdio, no bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. "E sou muito grata à tecnologia HD, que mostrou que todos têm defeitos, ajudou a reassaltar a imperfeição". Kica tem 35 anos e há 12 anos trabalha com fotografia para deficientes. Primeiro, num centro de reabilitação, fazendo fotos de prontuários e fichas médicas. "Era tudo muito frio e eles ficavam inibidos de ter que ficar sem roupa e ser fotografados com uma plaquinha, como numa prisão."
[O G1 publica, nesta quinta e sexta (1º e 2), a série 'Transformadores', que conta histórias de gente que mudou a própria vida para melhorar a realidade de outras pessoas. Conheça todos os protagonistas da série.]
Foi então que ela resolveu dar mais vida para a sala de fotos. "Fui na 25 de março e comprei tudo que você pode imaginar de quinquilharia. Aí, quando os pacientes vinham, fazia quase um editorial de moda com eles, até ficarem a vontade para a foto médica".
Kica percebeu que tudo mudou no seu trabalho, e os pacientes começaram a pedir books de moda. Vendo a demanda, ela começou a pesquisar e viu que a Europa está avançada na moda para deficientes. Após uma viagem para a Alemanha e muita pesuqisa e contatos, ela abriu, em 2007, a "agência de modelos para profissionais com alguma deficiência" que leva seu nome. Hoje ela trabalha com 80 modelos em quase todo o Brasil - menos no Acre e em Rondônia.
Em suas fotos, os aparelhos ortopédicos aparecem como acessórios. "Acho que agora as pessoas estão conseguindo enxergar que beleza e deficiência não são palavras opostas, mas ainda existe muito preconceito", diz ela. Até hoje, ela diz que a agência faz mais trabalhos para fora do Brasil.
Carolina Vieira, uma das modelos da agência de Kica (Foto: Kica de Castro/Divulgação)Carolina Vieira, uma das modelos da agência de Kica (Foto: Kica de Castro/Divulgação)

Para Priscila Menucci, modelo de 91 cm e a menor atriz brasileira reconhecida pelo Rank Brasil, trabalhar com moda foi uma mudança radical na vida. "Passei a cuidar mais do corpo, da pele e a fazer cursos como automaquiagem". E, ao ser questionada como se sente na passarela, ela é categórica: "com 1,90 m de altura, me sinto um mulherão!"
Confira a entrevista com Kica:
G1 - Como você teve essa ideia da agência?
Kica de Castro -
Na verdade foi uma coisa muito por acaso. Sou publicitária e estava meio estressada, isso no começo de 2000. Aí, resolvi largar tudo para fazer fotografia. Comecei com os eventos sociais e corporativos, mas a partir de 2002 recebi um convite para ser chefe do setor de fotografia de um centro de reabilitação. E lá o foco era a deficiência física. Fazia os prontuários médicos, artigos científicos. Era da forma mais fria possível. Era uma sala pequena, fundo branco, e as pessoas tinham que ficar de peças íntimas ou em alguns casos nuas. As fotos eram feitas nas quatro posições globais (frente, costas e laterais), acompanhada de uma plaquinha do lado com o número do prontuário. Não tinha nenhum paciente que olhasse para aquela situação e não perguntasse 'Estou sendo fichado, é foto para presídio?'. E eu não tinha experiência, não sabia lidar com aquilo.
Passados os 3 meses de experiência, não sabia se ia aguentar, as pessoas não se comunicavam comigo, algumas choravam quando iam tirar a roupa, era muito invasivo para a autoestima do paciente. Aí tive uma conversa com uma amiga do setor de psicologia que me disse: 'faça o seu trabalho da melhor forma possível e tente se aproximar das pessoas'.
Aí, no dia seguinte fui na Rua 25 de Março (via mais importante de comércio popular de São Paulo) e com R$ 120 fiz a festa. Comprei tudo o que você pode imaginar em quinquilharia, bugiganga, revistas masculinas e femininas de moda. Na segunda-feira cheguei ao trabalho e fui até barrada pelo segurança de tão grande que estava a minha sacola.
Quando os pacientes chegavam e eu pedia para eles tiarem a roupa, dizia que era uma foto para um editorial de moda e deixava tudo ali a disposição para eles se enfeitarem. As fotos mantinham o mesmo padrão científico, mas as pessoas tinham 5 minutos de contato com a vaidade delas. Então eles se maquiavam, se penteavem, se olhavam no espelho.
G1 - Eles ficavam mais a vontade?
Kica -
Ficavam. Eles passavam pela situação de estar nu, mas não tinha mais aquele comentário de 'estou sendo fichado'. [...] E eles iam me contando a história delas, muitos tinham o sonho de serem modelos e eu incentivava eles a correr atrás do sonho. Para a minha surpresa eles começaram a me pedir books particulares. Como trabalhava na instituição e o espaço era mais acessível, eu só cobrava o preço de custo. Quando eles viam a foto revelada, eles diziam 'nossa, mas essa sou eu sem maquiagem, sem photoshop?'. Com essa produção, com essa luz, as pessoas ficavam motivadas. Elas foram atrás das agências e pra minha surpresa, todas as respostas eram negativas.
As meninas começaram a voltar com a mesma baixa autoestima. Eu dizia: 'isso não pode acontecer!' E elas me falavam que a única pessoa que acredita no potencial elas era eu. Aí, em 2005, comecei a fazer uma pesquisa que me levou para Europa.
Cleonice Terra, modelo da agência de Kica com paralisia cerebral (Foto: Kica de Castro/Divulgação)Cleonice Terra, modelo da agência de Kica com
paralisia cerebral (Foto: Kica de Castro/Divulgação)
G1 - Eles têm iniciativas assim?
Kica -
Têm. Na Alemanha tem o concurso 'a mais bela cadeirante'. Na França e na Inglaterra tem um reality show só para pessoas com deficiência, que é mais inclusivo. Na Alemanha, há anúncios publicitários para venda de aparelhos ortopédicos, diferente daqui, que é só um catálogo de cores.
Algumas poucas ações eram vistas aqui, mas nada na passarela, voltado pra fotografia. Era sempre essa coisa de recepção de eventos, coisas pequenas.
G1 - E aí você teve a ideia de trazer para o Brasil?
Kica -
É. Mas tive que começar lá fora, para poder ser reconhecida aqui dentro. Tive contato com a agência na Alemanha justamente para fazer valer, colocar isso na cabeça do povo. Lá fiz pesquisa e o contato se mantém até hoje.
Em 2007, atribuí as atividades que já tinha como fotógrafa, aproveitei meu CNPJ justamente para poder colocar como Agência de Modelos para Profissionais com Alguma Deficiência.
G1 - E como foram esses anos, de 2007 pra cá?
Kica -
Costumo avaliar a partir de 2010. Os 3 primeiros anos foram de implantação do conceito. Ninguém sabia disso, ninguém acreditava no potencial, então exploramos bem esse lado. A partir de 2010, alguns resultados já foram surgindo nas passarelas, em editoriais de moda.
G1 - Vocês fazem trabalhos fora do Brasil também?
Kica -
Bastante.
G1 - Mais do que aqui?
Kica -
Sim. Principalmente as amputadas. É a visão brasileira. O brasileiro tem essa coisa de que para ser modelo tem que ser Gisele Bündchen, tem que ter 1,80 m, magra, olho verde e loira de preferência.
Priscilla Menucci, modelo de 91 cm (Foto: Giovana Sanchez/G1)Priscila Menucci, modelo de 91cm (Foto: Giovana
Sanchez/G1)
As modelos plus size hoje são uma releitura do Renascimento. Pessoas com deficiência não tiveram nenhuma referência na história da humanidade. Então você imagina, desde a década de 1960 querer implantar pessoas com deficiência no mercado da moda e você ser praticamente a única a falar do assunto o tempo todo... É complicado mudar a visão. As pessoas colocam as pessoas com deficiência na passarela, mas não na mesma proporção que as modelos contratadas. Coloca-se uma para ficar bem na foto.
Na agência temos 80 profissionais, mas as oportunidades ainda são poucas.
G1 - Como é feita a seleção?
Kica -
O processo seletivo é feito como um processo convencional. Porque estamos falando de inclusão de mercado de trabalho, de um mecado totalmente ditador. Ou seja, ou você entra na regra do que já existe ou não dá para trabalhar com moda. O processo é feito da mesma maneira de uma modelo convencional, a pessoa passa testes, entevistas, tem que ter curso profissionalizante. É uma exigência básica da agência. A pessoa tem que estar preparada para enfrentar o mercado de trabalho.
Se você não estiver preparado para o mercado de trabalho, aqui não tem espaço para o assistencialismo. Aqui obrigo todo mundo a ter uma primeira profissão, justamente para poder manter a segunda profissão, que é ser modelo, porque infelizmente ainda são poucas as modelos que vivem de modelagem. É o que falo para as meninas: estudar e ter uma profissão que mantenha tudo.
G1 - A sua agência se mantém só com as fotos de moda? Você abandonou a fotografia de eventos que fazia?
Kica -
Continuo. O mercado está abrindo as portas, mas ainda não está totalmente aberto. Muito pelo contrário. As pessoas estão começando a ver nosso trabalho, dão algumas oportunidades, mas ainda são poucas e precisamos correr muito.
[...] As pessoas estão vendo a inclusão na área de beleza e sensualidade de forma diferente, estão conseguindo enxergar que se pode ser profissional, que beleza e deficiência não são palavras opostas.
G1 - Vocês enfeitam os aparelhos de alguma forma?
Kica -
Aqui os aparelhos ortopédicos são considerados assessórios de moda. Uma cadeira de rodas é como uma bolsa, uma prótese é que nem um cinto, uma muleta é como um brinco, e assim por diante. [...] Os próprios fabrincates estão investindo nisso. As cadeiras têm ficado mais leve, com um design melhor, o que ajuda a compor o look nas fotos. A pessoa olha e diz: 'nossa que modelo bonita. E é deficiente'. Antigamente era o contrário: 'olha uma deficiente... e até que é bonitinha'.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Gordinhas encaram biquíni por título de musa 'plus size' do verão carioca

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Evento Grande Musa do Verão acontece na sexta-feira no Rio.
Candidatas se submetem a tratamentos estéticos para conquistar faixa.

  Gordinhas encaram biquíni por título de musa 'plus size' do verão carioca

Evento Grande Musa do Verão acontece na sexta-feira no Rio.
Candidatas se submetem a tratamentos estéticos para conquistar faixa.


A gaúcha Nanda Colmenero é uma das concorrentes ao título de Grande Musa do Verão (Foto: Arquivo pessoal)A gaúcha Nanda Colmenero é uma das candidatas
do Grande Musa do Verão (Foto: Arquivo pessoal)
Os quilinhos a mais na silhueta não as impedem de usar biquíni e atrair os flashes e holofotes. Dispostas a enfrentar o preconceito, mulheres gordinhas apelam aos tratamentos estéticos para elevar a autoestima e faturar o título de Grande Musa do Verão, concurso no Rio de Janeiro que promete eleger a mais bela representante plus size das praias.
Vinte e quatro mulheres toparam o desafio e vão desfilar com trajes de banho durante a final do concurso, que acontece na sexta-feira (2), no Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga, em São Cristóvão, na Zona Norte.
Meia-calça contra as celulites
A coordenadora do evento, Marlúcia Félix, explica que as candidatas poderão recorrer à meia-calça para “melhorar a performance” e esconder as “imperfeições”, que estão nos corpos até das mais belas top models.
No entanto, chapéu e óculos escuros estão vetados no desfile. Segundo os organizadores, os acessórios tiram a visibilidade do rosto das candidatas.
“Na hora do desfile vai ter foco de luz, então não tem jeito, vai mostrar a celulite. A meia-calça vai deixar as meninas mais confortáveis e seguras. Até quem é magra usa meia-calça, já é um acessório de praxe nos desfiles, se até a Beyoncé usa, por que a gente não pode?”, indaga Marlúcia, eleita Miss Simpatia, no Miss Plus Size Rio de Janeiro, realizado ano passado.
Cynthia Knaip vai fazer bronzeamento artificial para ficar "menos" branquinha (Foto: Arquivo pessoal)Cynthia Knaip vai fazer bronzeamento artificial para
ficar 'menos' branquinha (Foto: Arquivo pessoal)
A candidata Cynthia Knaip diz que vai se submeter a algumas sessões de bronzeamento artificial para garantir o tom do verão. Ela conta que uma lesão no pé a impediu de frequentar a praia e, para não perder para a concorrência, a moça resolveu apelar à técnica.
“Musa branca não rola, tem que ser moreninha, ter cara de quem vai à praia. Nesta última semana, intensifiquei as aulas de hidroginástica e o ritmo da caminhada. Para o concurso, vou fazer mais sessões de limpeza de pele e hidratação no cabelo”, detalhou Cyntihia, que usa manequim 48 e pesa 90 kg.
Concorrentes amigas
A publicitária Aline Bittencourt é outra aspirante ao título de Grande Musa do Verão. Ela diz que os concursos GG têm menos rivalidade do que os desfiles tradicionais.
“As candidatas são cúmplices, parceiras mesmo. Todas nós passamos pelas mesmas dificuldades, principalmente em relação à aceitação e a autoestima”, explica a jovem de 31 anos.
Apesar de vestir manequim 48, Aline conta que mantém uma rotina saudável com caminhadas e alimentação regrada. A única desvantagem, segundo ela, são as poucas opções de roupas jovens e modernas.
Aline diz que lojas deveriam vender roupas modernas para as gordinhas (Foto: Arquivo pessoal)Aline diz que lojas deveriam vender roupas
modernas para as gordinhas (Foto: Arquivo pessoal)
“Você entra numa loja de marca e a vendedora fala que o maior manequim é o tamanho 44. Isso é muito constrangedor, uma humilhação mesmo. Eu quero entrar numa loja e sair feliz. As lojas devem investir em tamanhos maiores, não é porque você é gordinha que não pode usar uma roupa moderna, como uma calça justa e uma blusa decotada”, desabafa Aline.
A fotógrafa Nanda Colmenero pode se considerar uma veterana dos desfiles plus size. Há três anos, ela roda o país para participar de desfiles exclusivos para gordinhas. Ainda adolescente e com 52 kg a menos, Nanda era mais uma modelo magrinha do Rio Grande do Sul.
“Eu gosto muito mais de mim hoje do que quando era magra. Sempre usei biquíni e nunca tive problemas em relação a isso. Não abro mão das sessões de massagem, drenagem linfática e das aulas de musculação e dança do ventre”, diz Nanda.
Transmissão na internet
Como a final vai ser no Rio de Janeiro, Nanda diz que não poderá trazer os amigos e fãs do Sul, e, por isso, pretende transmitir o desfile através da Twitcam, em seu perfil no Twitter.
“Eu já havia transmitido pela internet a final do Miss Brasil Plus Size, que aconteceu em São Paulo, e várias pessoas elogiaram. Aliás foram nas redes sociais que o movimento plus size ganhou força, já que muitas meninas procuram ajuda e informações sobre moda para gordinhas na internet”, ressalta a fotógrafa.
Um júri composto por personalidades e empresários do setor plus size é quem vai escolher a Grande Musa do Verão. A presidente da mesa será a musa GG da Acadêmicos do Salgueiro, Vânia Flor. As três primeiras colocadas ganham roupas, book fotográfico e cosméticos.
Serviço
Concurso Grande Musa do Verão
Data: 02/03
Horário: 20h
Endereço: Centro municipal de Tradições Nordestinas, Campo de São Cristóvão, s/n
Ingresso: R$ 3